PARATY
Paraty é um caso raro de cidade colonial com praia — e sem ladeira. Aproveite este tesouro com as dicas do nosso guia prático de viagem a Paraty. Paraty: era uma vez uma linda cidade colonial que nasceu no ciclo da cana-de-açúcar e enriqueceu no ciclo do ouro — mas que, depois de perder a posição de mais importante porto de escoamento dos produtos brasileiros, foi sendo aos poucos abandonada até se ver em virtual isolamento durante toda a primeira metade do século 20. Só depois da abertura da (precaríssima) estrada Cunha-Paraty, em 1964, e da inauguração da Rio-Santos, em 1972, a beleza de Paraty — preservada pela falta de progresso e pelo tombamento pelo IPHAN em 1958 — pôde ser redescoberta pelos forasteiros. Paraty não tem um Aleijadinho como as cidades históricas mineiras, nem altares dourados como os de Salvador ou Olinda. Seu encanto está na singeleza de seu traçado, nos símbolos maçônicos gravados nas quinas das casas, no mar que invade as ruas próximas ao cais na maré cheia, na visão do mar e das montanhas, na topografia surpreendentemente plana para uma cidade portuguesa.

Quando ir a Paraty
O extremo sul do litoral fluminense se caracteriza por verões quentes e chuvosos e invernos sujeitos a ondas de frio — exatamente como o litoral norte paulista, região com a qual compartilha o paredão da Serra do Mar, que retém a umidade responsável pela existência da mata atlântica. Em qualquer época do ano, Paraty estará mais charmosa e aprazível fora de feriadões e de férias escolares. A cidade é especialmente mágica em dias de semana, quando a densidade demográfica de visitantes é pequena, e você fica mais à vontade para zanzar pelo centro histórico e descobrir seus segredos. A época mais seca, ideal para fazer passeios de barco e, dependendo da temperatura, pegar praia, vai de junho a setembro. No melhor cenário, esses meses oferecem dias quentes e noites agradáveis. Mas a passagem de frentes frias pode ocasionar mínimas de 15ºC ou menos.

Paraty: quando dá praia?
- Época mais seca: Junho | Julho | Agosto
- Pode chover: Setembro
- Deve chover: Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Outubro | Novembro
- Vai chover: Dezembro
- Pode fazer frio: Junho | Julho | Agosto
Precisa carro em Paraty?
Estar de carro não é exatamente necessário em paraty. Hospedando-se no centro histórico e arredores imediatos (até a praia do Pontal), você pode andar a pé, fazer passeios de barco, usar o transporte das agências para os passeios próximos e até mesmo ir de ônibus de linha a Trindade. Mas se você ficar na praia do Jabaquara, que é mais distante, ou planejar fazer muitos passeios aos arredores, estar de carro fará diferença, sim. Caso precise do carro só por um ou dois dias, pode alugar direto em Paraty, numa das locadoras locais — ou já vir com o carro alugado desde o Rio de Janeiro ou com carro alugado já em São Paulo.
O que fazer em Paraty
Centro histórico

Zanzar e perder-se pelo Centro Histórico é uma atração permanente de Paraty. De manhã cedo, quando o sol ainda não está alto e os turistas do dia ainda não chegaram, é o melhor momento para fazer descobertas e fotos. Mas mesmo quando a cidade está lotada, basta afastar-se do corredor principal (da rua do Comércio à Praça da Matriz) para a densidade turistográfica cair sensivelmente. Se quiser fazer um passeio guiado, os condutores de charretes atuam como guias durante o passeio de 40 minutos; o ponto fica na Praça da Matriz (R$ 25 por passageiro).
Museu de Arte Sacra
A maior atração a portas fechadas é o Museu de Arte Sacra, que funciona nas dependências da Igreja de Santa Rita (perto do cais) e ficou fechado durante sete anos, durante a reforma da igreja. Reúne relíquias coloniais recolhidas na região de Paraty.
Casa da Cultura
O outro museu da cidade é a Casa da Cultura, que infelizmente exibe mais a instalação de Bia Lessa que inaugurou o espaço, quinze anos atrás. Mas é um espaço vivo, com exposições temporárias e apresentações musicais.